
2. Nesse sentido, nos termos da narrativa dos Evangelhos, pode-se falar que Jesus amou o mundo e, por isso, "entregou-se"?
3. Ou deve-se considerar que seu ato de entrega foi, antes, ou apenas, um ato de obediência a seu "Pai"?
4. Sempre nos termos da narrativa evangélica, Jesus teria pedido inclusive para que o cálice lhe fosse dispensado.
5. E não foi.
6. A narrativa parece corroborar a ideia de que Deus, sim, "amava" suas criaturas. Por conta desse seu "amor", Deus, então, entrega seu filho à morte. O Filho, então, de modo obediente, mas não sem antes pedir sursis, negado este, se dá à morte, a pedido/mando do Pai.
7. No nível das camadas históricas dos Evangelhos, sem nenhuma preocupação com a forma como essas camadas históricas serão interpretadas mais tarde, será possível falar de amor apenas de Deus, e obediência de Jesus?
8. Ou se pode, por meio da narrativa em si, e não com artifícios hermenêuticos, aplicar o amor também ao Filho?
9. Como se comportam os Evangelhos separadamente? E os Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas)? E João?
9. Como se comportam os Evangelhos separadamente? E os Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas)? E João?
9. Alguma eventual ausência de aplicação de amor ao ato de entrega do próprio Filho teria relação com o fato de que ele foi interpretado como o Cordeiro, aquele mesmo que, no Templo, era sacrificado anualmente pelo pecado do povo, e, uma vez que o cordeiro ritual não ama nem desama, apenas é sacrificado, obedientemente, apenas essa dimensão se teria aplicado, igualmente, ao Filho-Cordeiro?
10. Aos Evangelhos, senhores e senhoras. Ler tudo de novo para responder essas perguntas. Se elas caírem, caíram. Se, todavia, permanecerem - muita doutrina evangélica se revelará, mais uma vez, tradição. Aguardemos o resultado da leitura.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário