quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

(2012/235) "A pele que há em mim" - com vocês, Márcia, direto das terras portuguesas


1. Marcia (com J. P. Simões) - A pele que há em mim.



A Pele que há em mim - Marcia e JP Simões


Quando o dia entardeceu E o teu corpo tocou Num recanto do meu Uma dança acordou E o sol apareceu De gigante ficou Num instante apagou O sereno do céu

E a calma a aguardar lugar em mim O desejo a contar segundo o fim Foi num ar que te deu E o teu canto mudou E o teu corpo do meu Uma trança arrancou E o sangue arrefeceu E o meu pé aterrou Minha voz sussurrou O meu sonho morreu

Dá-me o mar o meu rio minha calçada Dá-me o quarto vazio da minha casa Vou deixar-te no fio da tua fala. Sobre a pele que há em mim Tu não sabes nada

Quando o amor se acabou E o meu corpo esqueceu O caminho onde andou Nos recantos do teu E o luar se apagou E a noite emudeceu O frio fundo do céu Foi descendo e ficou

Mas a mágoa não mora mais em mim Já passou, desgastei Para lá do fim É preciso partir É o preço do amor Para voltar a viver Já não sinto o sabor A suor e pavor Do teu colo a ferver Do teu sangue de flor Já não quero saber

Dá-me o mar o meu rio a minha estrada O quarto vazio na madrugada Vou deixar-te no frio da tua fala Na vertigem da voz Quando enfim se cala.







OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Um comentário:

NELSON LELLIS disse...

Osvaldo,
essa interferência tua com a poesia, a música no peroratio demonstra que ainda és humano, és daqui... (A Bel quem o diga!) kkk

Mesmo que a proposta do blog seja falar de tantos assuntos, e sabendo que estás carregando o blog praticamente só, o equilíbrio é mantido.
Já dizia um mago: "Bem-aventurados os equilibrados, porque irão mais longe".
Sinceramente, não sei em qual estação você vai parar, ou pretende parar, ou tentarão pará-lo (provável?), ou se nem pensa nisso.
Ao que vejo, sua estrutura continua de pé. Mas será que a "Modernidade" terá poder ainda de surpreendê-lo? Será que a arte o fará? A letra? O cérebro?

Aos leitores: façam suas apostas. Eu, particularmente, acho que sempre. Por quê? Os detalhes estão aí e só alguns poucos conseguem enxergar beleza onde, para a maioria, jaz.

Respeitosamente,
Lellis

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