sábado, 28 de janeiro de 2012

(2012/097) Freedom, obra magnífica e comovente de Zenós Frudakis


1. Facebook também é cultura. Foi lá que me deparei, agora há puco, com a imagem comovente, petrificante, paralisadora - Freedom, de Zenós Frudakis. Comovente. Os olhos ficam úmidos de olhar. E basta o nome da obra - "Liberdade" - e a imagem dinâmica. Os olhos penetram no significado, transportam-se para a imagem, na parede, para a imagem, contorcendo-se, para a imagem, arrancando-se a si mesma da parede, para a imagem, livre, libérrima, salva...

2. A emoção aumentará, se você, em seguida, ler a descrição que o próprio artista faz de sua obra:


A composição se desenvolve da esquerda para a direita, começando com uma espécie de múmia/morte como figura cativa. No segundo quadro, a figura, que lembra Rebellious Slave, de Michelângelo, começa a se agitar e luta para escapar. A figura no terceiro quadro rasgou-se do muro que o mantinha cativo e está saindo, chegando para a liberdade. No quarto quadro, a figura é inteiramente livre, vitoriosa, os braços estendidos, completamente afastada da parede. Ele evoca uma fuga da sua própria mortalidade (TecnoArte, onde também recolhi as fotos abaixo).
3. Mas eu vejo mais - vejo o próprio carbono, de onde saímos. Nesse caso, todavia, cuspidos de lá, engendrados sabe Deus por quem, pelo que, que não fomos nós mesmos a nos arrancar da lama, o fato é, todavia, que de lá fomos arrancados. Mas para quê?

4. Sair da lama, de lá arrancados, e cair numa vida que é prisão - social, política, cultural, econômica: nesse ponto, entro no enredo de Zenós, a partitura que ele próprio compôs, e ouço sua sinfonia de libertação.








5. Belo, belíssimo. Bravo, bravíssimo.

6. Freedom foi criada em 2001, e instalada na sede da GlaxoSmithKleine, na Filadélfia.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Um comentário:

Debbie Seravat disse...

Amei tanto que vou postar em meu blog.

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