1. Foram - e são - declaradas mortas. Dá-se papel passado. Assina-se seu atestado de óbito. Encomenda-se o caixão, que vai enterrado... vazio. As interpretações histórico-críticas não estão mortas.
2. Naturalmente que não entram em qualquer casa, em qualquer sala de aula, em qualquer livro. Não são muito bem vindas aqui e ali. Mas, mortas não estão não. Estão vivas, vivinhas da silva. Vivíssimas.
3. Mas é preciso que o compromisso do leitor não seja nem consigo mesmo, nem com sua "comunidade". É preciso que o compromisso do leitor seja com cada um e com todos os autores responsáveis pelos textos sobreviventes. É preciso querer saber o que eles significaram lá e então.
4. Todavia, vivemos dias difíceis. Preferem-se metodologias cripto-literárias, a rigor, metodologias baseadas no leitor, apresentadas como que baseadas no texto. Criticam-se os objetos: são mudos - a ciência faz as perguntas, a ciência dá as respostas. Mas os "textos" deles falam...
5. Mas não falam, não. É preciso pôr uma boca ali. Seja a dos mortos, seja a dos vivos. Porque são esses - apenas - os que podem alguma coisa falar, e mesmo quando se diz que são os textos, bem, ou são os leitores, pelos leitores, ou os autores, novamente pelos leitores. Será sempre o leitor ou a falar ele mesmo, ou a esforçar-se por dar lugar ao autor. Textos, bem, quanto a eles, são como aquele material dos altofalantes: reverberam vozes que correm pelos fios...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Naturalmente que não entram em qualquer casa, em qualquer sala de aula, em qualquer livro. Não são muito bem vindas aqui e ali. Mas, mortas não estão não. Estão vivas, vivinhas da silva. Vivíssimas.
3. Mas é preciso que o compromisso do leitor não seja nem consigo mesmo, nem com sua "comunidade". É preciso que o compromisso do leitor seja com cada um e com todos os autores responsáveis pelos textos sobreviventes. É preciso querer saber o que eles significaram lá e então.
4. Todavia, vivemos dias difíceis. Preferem-se metodologias cripto-literárias, a rigor, metodologias baseadas no leitor, apresentadas como que baseadas no texto. Criticam-se os objetos: são mudos - a ciência faz as perguntas, a ciência dá as respostas. Mas os "textos" deles falam...
5. Mas não falam, não. É preciso pôr uma boca ali. Seja a dos mortos, seja a dos vivos. Porque são esses - apenas - os que podem alguma coisa falar, e mesmo quando se diz que são os textos, bem, ou são os leitores, pelos leitores, ou os autores, novamente pelos leitores. Será sempre o leitor ou a falar ele mesmo, ou a esforçar-se por dar lugar ao autor. Textos, bem, quanto a eles, são como aquele material dos altofalantes: reverberam vozes que correm pelos fios...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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