sábado, 19 de fevereiro de 2011

(2011/084) Do Numinosum Teologia

1. Ufa! Finalmente achei um blog de Teologia que se parece com minha cara, um blog que fica a uma distância segura entre o crer e o duvidar, e que, dependendo de sua própria distância, você mesmo apostará que ele está mais para lá do que para cá.

2. Na verdade, foi ele que me achou, e se cadastrou como "seguidor" (que nome horrível, meu Deus!) de Peroratio. Curioso, fui conferir. E o re-achei-de-volta: Prof. Jones F. Mendonça - Numinosum Teologia.

3. Bom blog. Tem até Pink Floyd, dizer mais o quê?

4. Mas eis que me deparo com uma anotação de Jung, que o blogueiro transcreve. Nossa - é como um daqueles horóscopos, que sempre batem com você. Mas eu diria que aí está uma consideravelmente adequada descrição de minha personalidade.
O introvertido não vem ao encontro do objeto; ao contrário, está constantemente em via de fugir dele. Está fechado para o acontecimento externo, não participa e tem uma profunda indisposição social, tão logo se encontre junto a um grande número de pessoas. Em meio a multidões, sente-se só e perdido. Quanto mais invadido se sente, tanto maior sua resistência contrária [...]. O que ele faz, faz ao seu modo, desligando-se consideravelmente de influências externas. [...] é, via de regra, muito sensível e se envolve em uma cerca de arame farpado tão densa e impenetrável, que ele mesmo faria qualquer coisa para não estar por trás dela. [...] A imagem do seu mundo carece de tons de rosa, pois ele é crítico e encontra em toda a sopa um cabelo. [...] Só aquilo que se torna próprio a partir de muitas e muitas razões subjetivas é, por fim aceito (GW 6, § 1046).

5. Eu diria assim. As primeiras linhas não me descrevem, ou a entendo equivocadas. Como salteador de estrada, lanço-me sobre os objetos - mas eis: se são objetos. Das pessoas, sim, tendo a fugir... É que elas costumam ferir a gente. Logo, ou a definição de introvertido peca aí, ou não me encaixo de todo nela. Todavia, após a afirmação de uma "profunda indisposição social", aí, sim, eis-me inteiro.

6. Crítico, que encontra cabelo em toda sopa. É verdade. Nada me escapa ao azedume crítico. Devo ser uma inconveniência ambulante, perto dos amigos, que, logo, devem tornar-se quase-inimigos. Nem a eles poupo... Deve-se gostar muito de mim, para querer-me perto. No fundo, até hoje, só não consegui achar cabelo na sopa de (Edgar) Morin. Na de (Mircea) Eliade, já encontrei uma ou duas. De Morin, não. Imaginam minha "adoração" por ele...

7. Agora, eis a minha descrição ineludível e iniludível: "Só aquilo que se torna próprio a partir de muitas e muitas razões subjetivas é, por fim aceito". Nada mais é preciso dizer... E eu começo a tender-me a achar, que, sendo assim, engoli Morin...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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