(2010/336) Da Metáfora como secularização do Mito

1. Direi: a metáfora é a securalização do mito. A História como Metáfora é o drible mal-feito na crítica histórica, a substituição do nome da coisa, mas a manutenção da coisa - onde se lia Mito, leia-se, doravante, Metáfora. Assim, mantém-se o mesmo, com a impressão de ter-se mudado tudo à sua volta. Não é por outra razão qe a Teologia como metáfora, quando vitoriosa, manterá as catedrais de pé, iguaizinhas (está bem, talvez nem tão iguaizinhas assim) como o são hoje. Já a crítica, bem, a crítica faz aquele papel do desmancha-prazer, descrito por Huizinga... Pelo amor de Deus, alguém arruma ou modo de manter isso do jeito que está - Metáfora!

2. Mas, antes que meu amigo Robson afixe um veredicto único como causa do recurso à Metáfora, anteciparei uma relativização causal: haverá inúmeras razões para uma acomodação metafórica da modernidade, uma superação da modernidade na forma do retorno ao mito resigificado na forma de metáfora.

3. Para um, a mautenção da gestão das massas. Para outro, a defesa pessoal, diante da nudez. Para outro, a moda e os livros a vender. Para outro, o senso de pertença a um grupo. Para outro, uma credulidade honesta na absoluta impossibilidade humana de "saber" qualquer coisa que seja. E mais e mais e mais. Sim, porque também haverá muitas causas diferentes para um engajamento crítico. Um dia, refletirei sobre a minha própria razão. Se Deus ma perguntasse nesse minuto, não sei se saberia revelá-la...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO