sábado, 30 de janeiro de 2010

(2010/109) Da Yolanda-de-cada-um



1. É a voz, alguma coisa entre o veludo e a faca, a harmonia do grave e do agudo, dedos sonoros, garras de cordas vocais, que entram pelos poros e apertam os ossos - e nem sabíamos que aí moravam as lágrimas...

2. Ou talvez seja a melodia, alguma magia de outro mundo, dessas que se ensinam a iniciados raros, que, depois de as terem aprendido e com elas posto a perder treze homens, por sua vez perdem a própria alma para a Loucura - caso possível, se não é tanto mais fácil imaginar-se o dom de um anjo...



3. A verdade é que nada disso, de fato, vem ao caso. Ouvir Yolanda é como despedir-se da vida, lentamente, sem dívidas, com todas as pedras postas à beira da estrada longa e curva, com todas as folhas do outono do corpo recolhidas ao cesto da memória, com todos os beijos de face prometidos e pagos, e ir-se, ir-se, ir-se... para teus braços seguros, Yolanda-de-todos-nós...







OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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