segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

(2010/051) Avatar - considerações livres


1. Assisti ontem à noite a entrega do Globo de Ouro aos produtores de Avatar. Havia assistido ao filme, na sexta-feira passada. Jordão fora com a namorada, na terça. Bel, Israel e eu fomos na sexta. Gostamos do filme. Visualmente, impecável. Israel pensa ter descoberto por que, na concepção dele, Jordão é tão chato para ver filme, em tudo vendo "probleminhas" - ele teria saído ao pai, por assim dizer... É que eu observara - e comentara, à saída - uma série de "probleminhas" na história em si, no roteiro. De resto, contudo, o filme é bom e recomendável. Bem sabido: para distração...


2. Não vou detalhar a história. Pinço um aspecto do tema. Uma raça - o povo Na'vi (humanóides azuis de três metros de altura) - é encontrado na Lua Pandora, orbitando em um planeta longínquo. Há um metal muito valioso justamente sob a "árvore sagrada"/"morada" de um dos clãs do povo, e, óbvio, a gente vai querer pra nós. Para tentar aproximar-se, cientistas humanos inventam um sistema - o Sistema Avatar: eles fabricam artificialmente "cópias" dos Na'vi, que humanos "pilotam" por meio de controle mental. Você entra numa máquina e se "liga" ao "avatar": enquanto você "dorme" em seu corpo físico, você "acorda e vive" no "avatar" azul. Se voce "acorda", ele "dorme". Logo, trata-se de um robô humanóide controlado à distância por você, mas com você "dentro".


3. Já se havia considerado, para o caso dos jogos de computador, alguma coisa parecida, como a imersão total. Imagina-se que, em algum tempo não muito distante, com poucas dúvidas de que não seja ainda esse século, em lugar de jogarmos olhando para a tela do PC, vamos jogar "dentro" do próprio personagem, por meio de óculos e/ou "capacetes" especiais, de modo que nosso corpo todo participará das aventuras. Os efeitos são inimagináveis...


4. Em avatar, é mais do que isso, porque "você" passa a viver no corpo do "avatar". Não se trata de um "personagem" outro, mas de você mesmo, mas em outro corpo. Trata-se de um processo de transferência de memória e identidade. Será isso possível, algum dia?


5. Edgar Morin dá por certa a "demortalidade" - não a imortalidade. Demortalidade é o estado em que a morte "natural" (velhice e/ou doença) deixa de existir, porque os órgãos vão sendo sucessivamente substituídos. Isso não evitaria traumas graves, de modo que alguém ainda poderia morrer por queda ou algo parecido. Logo, não é imortalidade, mas adiamento indefinido da vida. Ora, Avatar toca na questão. Se, no futuro, for possível transferir memória e identidade para outro corpo...

6. Inimaginável? Não necessariamente. Nossos bisnetos, quem sabe?, saberão em que isso pode dar...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio