1. Disseram-me, em tom alguma coisa entre professoral e epifânico: se não sabes, rapaz, como fazer melhor, não critiques! Nossa, fiquei assim impressionado. Gastei anos refletindo na profundidade da fórmula: se não sei como fazer melhor, engulo a língua...
2. Aí, dia desses, visitei a casa de minha prima de consideração, Iara. Uma casa de altos e baixos. Eis, lá, um andar novo, uma escada - terrível! - nova. Fui lá eu subindo aquela escada que mais parecia vertical e, então, deparo-me com aquela visão horrível: uma parede supostamente da sala, mas com uma inclinação de uns 93, 95 graus - super inclinada, torta mesmo, a parede, fazendo que vai cair em cima da gente. Iara, que coisa é isso aqui? Ah, Osvaldo, é a porcaria da parede que meu pedreiro fez...
3. E eu me peguei criticando uma parede torta. Está lá ela até hoje, primeiro, porque nem Iara nem eu somos pedreiros, de modo que não sabemos fazer melhor, e, segundo, porque já está de pé, e derrubar sairá mais caro... Com uma parede torta, vive-se.
4. Mas uma coisa Iara e eu sabemos - aquela parede está torta. Isso para mim resume a longa noite daquela reflexão filosófica... era falaciosa a coisa...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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