1. Ainda que, a cada vez, o beato seja outro. Deve ser, pois, uma hipnose coletiva... Hoje, mais uma vez, tive de ouvir que as Ciências Humanas têm de compreender a particularidade de a Teologia ser epistemologicamente diferenciada...
2. Têm, não. Digamos assim: republicanamente, a Teologia tem direito a estar aí. E está. Mais fácil nuns lugares - Argentina. Menos fácil em outros - Uruguai. Mas está. Republicanamente, a velha teologia, de púrpura e trono e cetro e aleluia, ela tem o direito de estar aí. Ontem, estava porque se dizia ela mesma detentora do poder de dizer que podia e devia estar aí. Hoje, está porque a República não foi, afinal, boa aluna da Teologia (isso se, no fundo, a Teologia não se disfarçou de República, mas essa é outra história): houvera sido, e a teria tratado como ela mesma tratara seus rivais.
3. Vivemos numa encruzilhada. Há um novo paradigma por aí. A Teologia, a velha, naturalmente, não gosta disso. Não quer isso. Os deuses não gostaram do século XIX. Nem os deuses, nem os anjos, nem os diabos. Nem os homens de deus. E os outros, também....
4. As Ciências Humanas aceitam, apenas, um tipo de verdade - verdades diltheyanas, schleiermacherianas, heiddegerianas. As verdades agostianianas eram - e são - projeções humanas, invenções humanas, e nada mais do que isso. O que, eventualmente, haja do outro lado das Ciências Humanas, não cabe na boca humana. Se há algo na boca humana, é humana essa coisa.
5. Assim, a Teologia pode - e eu quero - estar ao lado das Ciências Humanas. Com uma condição: despir-se do divino. Sem exceções. Sem reservas. Sem, privilégios. Ela quer? Se quer, oba!, se não quer, lamento...
6. Não, as Ciências Humanas não são as novas verdades divinas. São o que são - conjuntos de proposições humanas, eventualmente verdadeiras. Há verdades entre nós, sim, elas não morreram. Mas são verdades humanas. Logo, postulantes a possíveis erros. Uma Teologia que seja boca humana e reconheça que pode estar sempre equivocada, que deve ouvir tudo muito atentamente, ela, que gosta tanto de falar tudo sob máxima atenção, essa Teologia, eventualmente, pode, sim, sentar-se à mesa.
7. Ela quer? Eu quero que sim.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Têm, não. Digamos assim: republicanamente, a Teologia tem direito a estar aí. E está. Mais fácil nuns lugares - Argentina. Menos fácil em outros - Uruguai. Mas está. Republicanamente, a velha teologia, de púrpura e trono e cetro e aleluia, ela tem o direito de estar aí. Ontem, estava porque se dizia ela mesma detentora do poder de dizer que podia e devia estar aí. Hoje, está porque a República não foi, afinal, boa aluna da Teologia (isso se, no fundo, a Teologia não se disfarçou de República, mas essa é outra história): houvera sido, e a teria tratado como ela mesma tratara seus rivais.
3. Vivemos numa encruzilhada. Há um novo paradigma por aí. A Teologia, a velha, naturalmente, não gosta disso. Não quer isso. Os deuses não gostaram do século XIX. Nem os deuses, nem os anjos, nem os diabos. Nem os homens de deus. E os outros, também....
4. As Ciências Humanas aceitam, apenas, um tipo de verdade - verdades diltheyanas, schleiermacherianas, heiddegerianas. As verdades agostianianas eram - e são - projeções humanas, invenções humanas, e nada mais do que isso. O que, eventualmente, haja do outro lado das Ciências Humanas, não cabe na boca humana. Se há algo na boca humana, é humana essa coisa.
5. Assim, a Teologia pode - e eu quero - estar ao lado das Ciências Humanas. Com uma condição: despir-se do divino. Sem exceções. Sem reservas. Sem, privilégios. Ela quer? Se quer, oba!, se não quer, lamento...
6. Não, as Ciências Humanas não são as novas verdades divinas. São o que são - conjuntos de proposições humanas, eventualmente verdadeiras. Há verdades entre nós, sim, elas não morreram. Mas são verdades humanas. Logo, postulantes a possíveis erros. Uma Teologia que seja boca humana e reconheça que pode estar sempre equivocada, que deve ouvir tudo muito atentamente, ela, que gosta tanto de falar tudo sob máxima atenção, essa Teologia, eventualmente, pode, sim, sentar-se à mesa.
7. Ela quer? Eu quero que sim.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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