1. Até o "pai-de-santo" de Sarney insistia em sua permanência na Presidência do Senado. Somente "ingênuos"/"inocentes úteis" e "engajados"/"interessados-em-2010" torciam pela sua "saída". Quem acompanha os interesses da direita e sua relação incestuosa (e perigosa!) com a maedia estava careca de saber que não era a saída de Sarney o que importava, mas a ascenção, àquela cadeira, de alguém do "partido", para as ciosas ficarem mais fáceis ano que vem. Com Sarney do lado de Lula, a coisa fica mais difícil, né?
2. Mas vamos ao que importa. É muito "singela" a pequena entrevista que Terra Magazine fez com Bita do Barão, sacerdote da umbanda, apresentado como "conselheiro" espiritual de Sarney: "esse é o meu conselho. Continue, amigo, em seu lugar! Não saia assim. Saia com muita guerra. Pouca, não". Se eu não fosse profundamente convicto da anacronia genérica do "tipo" sacerdotal, e se eu não fosse quem fosse, até pensaria que levo jeito para esse tipo de "conselho". Muito óbvio, não é não?
Terra Magazine - O senhor é amigo do senador José Sarney, que já lhe condecorou. Como vê essa situação no Senado, tem conversado com ele?
Bita do Barão - Não, eu não converso com ele...
Como se conheceram?
Somos aqui do Maranhão. Somos maranhenses, sou amigo dele e de todo mundo. Sou bem popular. Não é só dele, não.
E essas denúncias contra ele?
Não sei bem quais são...
Ele encomenda algo ao senhor, pede sua ajuda?
Todo mundo que me encontra diz: "Reza pra mim". Essa coisa é quase natural. Eu tenho quase 100 anos de trabalho espírita.
Agora, nessa ocasião especial, o que ele conversou com o senhor?
Não conversei isso com ele, não. Quando eu converso sobre os meus trabalhos espíritas, eu não revelo, não.
Não revela, mas, por conta própria, o senhor reza por ele?
Rezo por todo mundo. Rezo por esse Brasil. Você tá ligando pra mim, mais tarde eu vou fazer uma prece pedindo forças encantadas pra ti.
Obrigado. Nesse caso, o senhor já fez?
Sou amigo dele. Particular. E amigo particular só quer ver o bem. Meus amigos eu quero ver felizes.
E fez algum trabalho pra ele?
Ainda não.
Ele tem corpo fechado pra enfrentar isso aí?
Eu acho. Acho. Acho ele muito forte, muito inteligente, muito protegido por Deus.
Estão sendo injustos com ele?
Ah, eu não sei, porque eu não entendo de política. Eu sou muito seguro. O senhor vai conversar comigo, mas eu sou muito seguro...
Muito seguro?
Eu sou, graças a Deus.
Como é feito um trabalho pra ajudá-lo?
Ah, eu não sei. Cada qual trabalha com seu jeito. É o mesmo que a medicina.
Pela longa amizade com Sarney, o que aconselharia?
Que ele continue no lugarzinho dele. Não banque o fraco, banque o duro. É pra bancar o duro, não o fraco. É pra ficar no lugarzinho dele.
Ele terminou de fazer o discurso e disse que vai resistir.
(gargalhadas) Vai ficar aí, esse é o meu conselho. Continue, amigo, em seu lugar! Não saia assim. Saia com muita guerra. Pouca, não.
Em umbanda, existe um guia espiritual pra ele?
Ele é muito forte, ele tem os bons guias dele também. Acredita muito em Deus. Você não viu que ele é muito forte, não? Não viu isso? Você também não acha ele forte, não?
Tem demonstrado força no Senado...
Pois é isso aí, meu amigo. Com força é que se vence. Com fé. E ele vai vencer. Não pede nada pra ninguém. Ele vai vencer.
Qual foi a última vez que vocês conversaram? Faz muito tempo?
Tô lembrando, não...
E o senhor não pode falar, né?
Não dá.
Essa coisa não se pode dizer?
Não... Não falo nesses particulares. Nem dele, nem de ninguém. Tenho uma casa muito oculta, graças a Deus. Além de tudo, sou muito feliz. Sou pobre, mas rico de espírito. Como convidado de honra, quero te receber em minha festa. Em 15 de agosto, gostaria de oferecer um jantar.
O senhor já foi a Brasília?
Vou quase toda semana. Vou muito...
Quase toda semana?
Vou em Brasília demais!
Muitos políticos lhe procuram?
Não tô lembrado, não...
O presidente Lula, como é?
Ele é forte. Brasília... No início de Brasília, eu já freqüentava lá.
A família Sarney é toda protegida?
São gente boa. Eu sou quase da família.
OSVALDO LUIZ IBEIRO
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