segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

(2008/93) Teologia e... astrologia


1. É a esculhambação completa... Mas, fazer o quê? Resta-me o juris esperniandi. Veja você o que saiu no "Navalha do Conversa Afiada" dessa segunda-feira, 08/12: "não é só o Presidente Lula que não agüenta mais a incompetência do Banco Central. Ele mistura Astrologia com Matemática. Teologia com Ciência. E sistematicamente aborta o crescimento da economia brasileira" (cf. aqui). Ou seja, Astrologia está para Teologia, como Matemática está para Ciência. Não vou entrar no mérito do que, a rigor, venha a ser, em termos científicos, a "Astrologia" - seus protagonistas que se defendam. Interessa-me o fato de que o Paulo Henrique Amorim classifica a Teologia no mesmo conjunto que a Astrologia, e guarda o livro num escaninho diferente do da Ciência.

2. E ele está errado? Ora, temos tanta vergonha da tradição astrológica que não fizemos os magos transformarem-se em reis? Está chegando o dia de vermos os presépios, e, lá, os "reis" - a folia de reis! Bíblicas, indiscutivelmente bíblicas, as igrejas evangélicas ostentarão "cantatas" de reis (do mundo!) a louvarem o Rei dos Reis... E, todavia, os magos! Astrólogos! Que fossem judeus da diáspora, introduzidos às artes magis dos persas, que fossem gentios, magos, inteirados do nascimento do Pantokrator - o Todo-Poderoso! -, em todos os sentidos, magia, astrologia, teologia. PHA não está errado...

3. Esperneio, apenas, porque não é dessa teologia que estou enamorado - divorciei-me dela, e enamorei-me de outra, que, contudo, ainda tem de sair de minha cabeça, porque o amor platônico é coisa de quem não sentiu, ainda, o morno e o úmido da carne.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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