Foi há mais ou menos uns duzentos e trinta e sete anos, mas eu não tenho certeza. Chamava-se Louis Farble Smith-Jones. Sua esposa chamava Mary Ellen Sofie-Ferguson Jones. Tinham oito filhos e duas filhas. Morrera um. No parto. O campo de algodão que tinham estava bastante prejudicado. Um pouco a seca, um pouco os insetos. Smith-Jones fora acometido de uma febre indistinta, mas grave, e a família estava em dificuldades. Na igreja, pediram ajuda ao Senhor. Sofie-Ferguson ensinava a seus filhos que Deus não abandona os seus. Nunca. Não seria o dia. A comunidade da pequena igreja reuniu-se, comovida. Reuniram alguns dólares e doaram à família. Smith-Jones comprou um preto de bons dentes, com garantias de que não era fugido e que tinha experiência com algodão. Na mesma noite em que o preto chegou, depois de o acomodarem na improvisada senzala, entre o campo e a cocheira, a família Jones & Ferguson reuniu-se em torno da mesa e orou agradecida ao Deus que nunca desampara...
Na senzala, Mbuna Fauaba chorava...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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