Por que não me encanto com a doutrina da quenosis - o "esvaziamento" de Deus em Jesus? Por que, a despeito de tanta gente entusiasmar-se com a doutrina, eu olho para ela com toda indiferença?
A resposta me parece simples: a quenosis é um momento do mito - mas não é seu final e sequer seu centro axiológico. Na doutrina, Jesus é o esvaziamento de Deus, esvazia-se a si mesmo para para, no final, encher-se, de novo, da glória que o mito fez com que tivesse - ou seja: é um esvaziamento "falso", como se o dono da Credit-Suiss, por um dia, decidisse lavar os banheiros da agência em Zurich, para, no dia seguinte, retornar à poltrona com janela de 16 metros de vidro panorâmico...
Se o mito me dissesse que ele se tinha esvaziado - e para sempre, eu o levaria a sério.
Do modo como tenta me capturar, não...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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