"O Estado é laico, mas não é ateu".
Temos que descobrir quem foi o gênio que disse isso. Os que repetem, a gente releva. Mas quem inventou a frase tem que ganhar um troféu Débi-e-Lóide.
Dizer que o estado é laico é expressar a condição legal de sua laicidade - ele, o Estado, não assume uma religião oficial. Não há nada de subjetivo aí.
Estado não pode expressar subjetividade. Não pode ser ateu. Ateísmo é crença subjetiva.
Mas, da mesma forma, o Estado tampouco pode ser crente, teísta, deísta, panteísta, qualquer ista que se invente.
O Estado só pode ser teocrático ou laico. Laico, o nosso, reconhece a presença de pessoas religiosas, organizadas e em expressão civil e legal em seu espaço. Só isso. Nada mais.
O sujeito que disse que o Estado é laico, mas não é ateu, quer é, com essa lógica de circo de pulga, justificar que representantes do Estado, misturando sua fé e sua função, pronunciem-se a partir de sua subjetividade, passando por cima de quem não está interessado nela.
A cidadania reconhece a religião, mas a cidadania não a quer enfiando-se nos espaços públicos. E, se quer, não é cidadania - porque esse mesmo cidadão que quer Jesus enfiado em tudo quanto é gaveta pública, benze-se diante de Exu...
É preciso mais seriedade da liderança religiosa. Não podem levar a coisa como se fosse Fla-Flu...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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