1. Se você vai ouvir alguém falar sobre o pensamento de alguém, só pode ser para prospectar. Se você não leu nada sobre o autor a respeito do qual a palestra vai tratar, não pode questionar, interagir, salvo na condição de aluno: isto é, perguntando se o que você entendeu que o palestrante está dizendo sobre o autor é exatamente o que o palestrante está dizendo sobre o autor...
2. Se você não leu o autor, vai fazer o quê?
3. E se o palestrante leu errado?
4. Não gosto de ouvir esse tipo de palestra. Você não tem como criticar, interagir, corrigir, perguntar - salvo, naquele campo que mencionei. Você é um ouvinte - quase como se estivesse no cinema...
5. Gosto quanto alguém vai falar, ele mesmo, sobre um tema. Pronto: agora, na sala, estamos ele e eu. Se ele fala a, posso questionar, porque é ele que está falando a. Não é ele me dizendo que José disse a - é ele. Se ele me diz que José disse a, e eu discordo de a, não adianta eu discutir, porque não é José, é o palestrante, e eu não sei se José disse mesmo a. Mas quando é o cara, ali, diante de mim, dizendo a, bem, nesse caso ele terá de ouvir o que eu tenho a dizer sobre a - se esse é o jogo, debate, antes que um teatro disfarçado...
6. No máximo, eu participaria de um curso crítico sobre algum autor de meu interesse: caso eu já o tivesse estudado. Porque, então, se o palestrante dissesse que José disse a, eu perguntaria, gentilmente, onde, porque, a meu juízo, José sequer conhece o alfabeto...
(...)
7. Ora, Osvaldo, você está indiretamente insinuando que professores podem ensinar errado?
8. Meu amigo: se pregadores, que falam de Deus e em nome dele, falam errado, imagina nós pobres mortais, que falamos por ter lido...
7. Ora, Osvaldo, você está indiretamente insinuando que professores podem ensinar errado?
8. Meu amigo: se pregadores, que falam de Deus e em nome dele, falam errado, imagina nós pobres mortais, que falamos por ter lido...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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