sexta-feira, 12 de abril de 2013

(2013/424) Da relação ético-afetiva com os acontecimento e de como isso nos molda a(s) persona[lidade](s)


Eu não acho apenas que cada um tem elementos distintos na formação de sua(s) personalidade(s), os quais dependem substancialmente de DNA, família, geografia, calendário. Como cada floco de neve e como cada grão de areia, cada um tem sua história e sua forma moldada no tempo e no espaço...

Mas é ainda mais do que isso: flocos de neve e grãos de areia passam por uma estação de montagem e é apenas o roteiro de sua caminhada que seleciona que forças atuarão sobre o molde com que serão forjados...

Já o ser humano, não: ele mesmo pode selecionar os elementos que o constituirão como persona(lidade)[s]. Por exemplo, o sofrimento de uma criança afetará a formação de alguém de um jeito, mas não necessariamente de outra pessoa do mesmo jeito - um, pode sensibilizar-se, outro, aprender a ser duro...

Não são apenas os processos mecânicos do ecossistema que nos moldam, mas, com tanto ou mais força, a adesão afetivo-volitiva-cognitiva a acontecimentos, palavras e ações em torno de nós: uns aprendem a não matar índios, vendo-os mortos; outros, como se faz para matá-los... A cena é a mesma: a adesão ética a ela, diferente - e essa adesão não faz parte da cena, mas do eu em formação...

Assim, não adianta mostrar ao outro o sofrimento que ele proporciona: o sofrimento provocado é parte integrante de sua forma de lidar com os outros...

Acho que a alma religiosa tem muito dessa constituinte: "não vos comove isto?" - não, nós o queremos assim, em sofrimento.

O que a uns constrange, a outros motiva...





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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