Dizem que a Petrobras não terá condições de ser operadora única no pré-sal.
É um claro sinal de miopia e defesa do interesse de poucos
Muito mais rápido do que outras experiências internacionais, o desenvolvimento da produção do pré-sal é a prova da pujança, capacidade operacional, experiência e liderança da Petrobras. Sete anos após a descoberta, já são extraídos mais de 300 mil barris/dia e ela terá sete novas unidades de produção ainda em 2013.
Até 2020, apenas nas áreas já concedidas e da cessão onerosa, serão 2,1 milhões de barris/dia -marca que já supera toda a produção nacional atual.
Só para comparar, para alcançar a marca dos 300 mil barris/dia, foram necessários 17 anos na porção americana do golfo do México e nove anos no mar do Norte.
Os números superlativos do pré-sal só foram possíveis graças à experiência acumulada pela Petrobras na bacia de Campos, pelo extensivo conhecimento geológico das nossas bacias sedimentares e pela sua capacidade de utilizar as mais avançadas soluções tecnológicas em situações tão difíceis como no pré-sal.
O desafio agora é desenvolver mais eficientemente a capacidade de produção, apropriar-se socialmente de seus benefícios, minimizar os impactos negativos e gerar fluxos que permitam criar mais empregos e estimular outras áreas da economia.
O investimento na cadeia produtiva de serviços, materiais e equipamentos de petróleo e derivados é parte fundamental para a expansão. Aí também o tamanho da Petrobras é fator decisivo.
Hoje praticamente tudo é desenvolvido no Brasil -reafirmando a indústria nacional- e não existe mais limites de tecnologia. A empresa está pronta e atuando na plenitude do que uma petrolífera pode fazer, sempre priorizando o Brasil: 98% dos investimentos e 95% da produção da companhia estão no país.
Somente a Petrobras pode apresentar um plano com a instalação de 38 plataformas de 2013 a 2020 e US$ 107 bilhões em desenvolvimento da produção. Só ela tem 69 sondas flutuantes de perfuração em operação para a construção e manutenção de seus poços.
Somente a Petrobras tem ainda força de trabalho treinada e capaz de dar respostas rápidas aos desafios do pré-sal. A empresa construiu nos últimos dez anos parcerias com mais de 120 universidades e centros de pesquisa no Brasil. Sem alta tecnologia -e uma rede com milhares de especialistas espalhada por todo o país-, não seria possível produzir com tamanha eficiência.
O novo marco regulatório também dá à Petrobras um papel estratégico fundamental: será a operadora única, investindo um mínimo de 30% dos novos campos do pré-sal e ficando responsável pela formulação dos projetos, gestão de implantação, operação dos empreendimentos e proposta de soluções técnicas.
Investimentos, conhecimento e capacidade produtiva que se traduzem em resultados financeiros para seus acionistas nos últimos dez anos. O valor de mercado da companhia, mesmo depois da crise global de 2008 e a queda do preço internacional do barril de petróleo, é hoje mais de dez vezes maior se comparado com 2003.
O marco regulatório também foi sábio na utilização das parcelas de lucro-óleo que o governo receberá com o modelo de partilha. Os recursos serão alocados em um fundo social que investirá em projetos nas áreas de educação, cultura, ciência e tecnologia e ambiente.
As novas regras foram aprovadas pelo Congresso depois de um amplo debate na sociedade. Foi objeto de grande resistência por parte daqueles que se beneficiavam do modelo das concessões. Agora esses interesses se reaglutinam e formam a base do ataque atual à empresa.
Dizem que a Petrobras não terá condições de ser operadora única no pré-sal. Querem desacreditar a liderança da companhia em conduzir o desenvolvimento da produção e fazem um feroz ataque político à companhia e à sua gestão nos últimos dez anos.
É um claro sinal de miopia e defesa do interesse de poucos. Além de negar a realidade, em uma falsa transmutação de uma empresa pujante em uma empresa em crise, colocam em segundo plano o potencial que os 30 bilhões de barris descobertos até aqui representam para nossa sociedade: a capacidade de ajudar na melhoria da vida do brasileiro, o que tanto incomoda a oposição e a coloca em alerta com a proximidade das eleições de 2014.
JOSÉ SÉRGIO GABRIELLI DE AZEVEDO
63, ex-presidente da Petrobras (2005-2012), é secretário de Planejamento da Bahia.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
5 comentários:
Quanta tolice e inverdades promovidas por quem não quer se comprometer com a má gestão que implementou na Petrobras durante anos do período Lula. A verdade é que após a Graça Foster assumir deu um choque de realidade na Petrobras e por isso os números da Petrobras do ano passado foram ruins e esse ano serão ainda piores. A empresa perdeu seu valor na bolsa assustadoramente e foi um dos piores desempenhos entre Petrolíferas mundiais. Trabalho no setor e sei exatamente o nível de baixa tecnologia nacional empregada e estimulada, os atrasos eternos da Petrobras em cumprir com seu plano estratégico e daí ladeira abaixo. O Rio de Janeiro e Macaé tem experimentado recentemente uma estagnação forte do setor, oriunda de atrasos na assinatura de contratos e a falta de caixa que tem feito até a Petrobras deixar de pagar alguns de seus fornecedores, coisa impensável há 1 ano. Tudo isso por que a empresa virou palanque político e instrumento de controle da inflação e de administração pública. Pergunte aos acionistas o que eles acham. Ninguém melhor para responder.
Anotada a sua versão dos fatos. Não é, certamente, o que se pode ler no site da Petrobrás nem o que a artigo deixa claro.
Osvaldo,
Como você mesmo nos ensina, não podemos esperar imparcialidade das parte envolvidas, principalmente quando política é o valor forte. O mercado é a melhor fonte. Veja matéria da revista Veja sobre o Pré-sal e a derradeira da Petrobras e seus motivos.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/os-desafios-dos-baroes-do-petroleo-diante-do-fato-de-que-a-petrobras-ha-quase-uma-decada-nao-cumpre-suas-metas-de-producao/
Há um artigo no Estadão em que acionistas estimam uma eprda de USD 208 bi:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-acionistas-empresa-ja-perdeu-us-208-bi-em-valor-,926569,0.htm
Fabiano, se você vai usar Veja e seus argumentos como fonte, está perdido. Quanto à "perda" de valor das ações, que tal o Facebook, que perdeu 60%? Valor de ações não tem nada a ver com estrutura da Empresa - nada. Eu não escuto nada, absolutamente nada, que Veja, Globo, Estadão e Folha escrevem. Nada. Não vale um centavo furado qualquer análise que esses jornalões fazem.
Osvaldo,
Desculpe mas discordo de você. Não descarto nenhuma fonte. O resultado da Petrobras está em queda, basta ver seus últimos balanços. A produção de petróleo (driver) não cresceu no ultimo ano (e por que?) e os dados é que estamos importando mais Petróleo a cada ano pois a produção nacional não é mais suficiente (e por que?). Tudo isso reflete-se no valor da ação que é o melhor termômetro possível para avaliação de uma empresa como um todo e não só ativos ou estrutura.
A verdade é que se fosse uma empresa privada em minha opinião teria uma performance muito melhor, sem dúvida. Se não fosse a privatização até hoje estaríamos tentando comprar telefones a preços de carros zero.
Um grande abraço
Fabiano
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