1. Se você olhar a vida na perspectiva do Leucochloridium paradoxum, ela é bastante simples: se você é um desses vermes microscópicos, você só precisa conseguir uma boa casa, para crescer e dar sentido à sua vida. É tudo bastante automático, já que você nasce e sabe como fazer tudo sem ter que ir para a escola.
2. Então, você sabe que ter que ser engolido por um pássaro. O pássaro é a sua casa. É lá que você vive e cresce e despeja milhares de ovos. O pássaro, então, dejeta seus ovos sobre folhas de plantas. O caramujo Amber vai lá e come seus ovos, sem saber que está comendo a própria morte.
3. Dentro do Amber, os ovos eclodem em larvar que passam a controlar o pobre coitado do gastrópode. Os seus tentáculos passam a ficar inchados e pulsantes, o que, de longe, faz com que pareçam uma lagarta suculenta. Além disso, o Amber muda seus hábitos e vai para o alto das folhagens durante o dia, e fica lá, pulsando seus tentáculos transformados em sinais de alerta...
4. O pássaro, que é sua casa e você torce para que coma o seu hospedeiro, de fato, vai lá e o devora, levando suas larvas junto. Dentro dele, as larvas se desenvolvem, crescem, amadurecem e põem ovos.
5. O ciclo se fecha...
6. Você é um verme bastante religioso. Deus foi muito bom com você. Menos, claro, com o Amber. Para que você viva, ele tem se virar um zumbi...
7. Para outros casos de parasitismo animal em "estilo zumbi", cf. abaixo os posts anteriores em Peroratio.
(2009/264) Era Deus sádico?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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