1. Que coisa estremecedora que li agora, moço, ali, naquele papel de letras que me mandam a ler. O moço arrematava umas letras a dizer que a razão é grande inimiga de Deus, arrogância e prepotência, presunção e obstinação, de modo que a Deus deve corresponder, é o raciocínio, toda cabeça baixa e ausência de pensamento - quanto mais próprio...
2. Acho bem bestas, moço essas idéias...
3. De mim mesmo, penso, antes, que Deus é o útero da História de onde pariu-se a razão - a tua, moço, a minha, a de todos nós...
4. Deus, essa ideia, moço, é apenas isso: útero da razão... Quando ele não dá à luz a esse filho, a essa filha, quando ele permanece útero e oco como é, sangra todo mês, sangra ele e sangramos nós, nas nossas carnes cortadas pelo fanatismo e pela perversidade irracional da fé.
5. Sangra mais não, útero, sangra mais não, Deus, dá à luz vai, a teu filho razão, à tua filha racionalidade...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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