sábado, 8 de setembro de 2012

(2012/680) Para não se dizer que não falei de Yousef Nadarkhani

1. Pensei se valeria a pena, pensei, pensei... Vou provocar, sim. Alguém precisa dar o contra-ponto, porque o facebook e a Internet vai se encher de "aleluias" e aqueles posts com letras tamanho 20...

2. Refiro-me à libertação de Yousef Nadarkhani. 

3. Por ele, pela sua pessoa, fico feliz. Ninguém deve ser morto por conta de religião - ainda que ele não estava preso por isso, mas por ir contra a lei...

4. Ah, a lei... É o que evangélicos quererão mudar, daqui a pouco, e, aí... 

5. Mas não quero mudar de assunto.

6. Em termos histórico-políticos, não foi Deus quem o libertou. Foi a pressão internacional - inclusive brasileira.

7. Quando um homem-bomba explode e mata 10, 30, 100 pessoas, cristãs, inclusive, Deus não faz nada - deixa morrer. Mas Deus foi lá e salvou o pastor que estava evangelizando um povo muçulmano, onde é proibido fazê-lo... Você vê sentido nisso? 

8. Deus é engraçado - tem um modo estranho de agir.

9. Há uns duzentos mil presos no Brasil, indevidamente - ou porque são inocentes, ou porque já deviam estar livres. Deus não os liberta - vai libertar o pastor que está evangelizando, onde não devia... Você vê sentido nisso?

10. Na Idade Média, quando Deus mandava em tudo, a gente dele matou muito, torturou mais ainda - torturou-se mais do que se matou - e ele não fez nada, assistiu. Mas, agora, vai lá e salva o pastor que estava evangelizando, onde não podia. Você vê sentido nisso?

11. Não, senhores. Não é nada saudável essa espiritualização da coisa. É um erro, um equívoco.

12. Felizmente, não morreu. Fico, sinceramente, feliz. Mas não vou entrar no bloco do "Deus salvou". Chega a ser um pecado. 



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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