1. Ou não se faça crítica alguma, ou se faça, mas se leve às últimas conseqüências. Por que ainda acho insuficientes os teólogos "progressistas" de minha geração e século? Porque fazem - todos - que vão, mas não vão.
2. No fim, a coisa toda resulta numa distinção elitista entre pensamento teológico clássico raso e pensamento teológico clássico disfarçado de modernidade, presunçoso de sua superioridade diante da ortodoxia e do fundamentalismo, como se a epistemologia se reduzisse à linguagem, à retórica.
3. Se você vai fazer a crítica teológica, e se não quer ser apenas mais um ortodoxo/clássico confuso em linguagem, achando que fez um grande avanço, quando, na verdade, só se esconde de si mesmo e só esconde de si mesmo as mesmas doutrinas de sempre, o mesmo teísmo fideísta voluntarista, mas envergonhado - então faça a crítica até o osso.
4. Feita a crítica, não é possível mais fazer as afirmações antigas. Nenhuma delas. É preciso recomeçar tudo de novo, desde há 150.000 mil anos, quando começamos essa jornada de mitos - mas recomeçar desde o ponto onde estamos, com as informações a respeito de nós mesmos, que ganhamos nesses milênios e últimos séculos.
5. Não conheço, ainda quem o tenha feito pra valer. Não na Teologia. Os teólogos que conheço - mas conhecerei todos? -, mesmos os que são citados como "progressistas", ainda são prostaticamente clássicos, e ortodoxos no que lhes interessa manter como núcleo duro da fé.
6. A tarefa sequer começou a ser executada - há vagas para quem se dispuser a levar o ponto até seu novo final provisório.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
"Uma vez que comecemos a confiar em nossa razão e sintamos o apelo das responsabilidades pessoais e, com estas, a responsabilidade de promover o conhecimento, não podemos retornar ao estado de submissão na magia tribal. Não há volta possível a um estado harmonioso da natureza. Se voltarmos, deveremos refazer o caminho integral - devemos retornar à feras." (Karl Popper)
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