1. Jogo Civilization V. Joguei o III e o IV. Agora, o V. Observem o que vou dizer: só na conta que tenho no Steam, estão computadas, desde o lançamento, quando comprei, redonda 670 horas de jogo. Não jogo pouco. Isso posto, e com base na minha experiência de Civilization V, tenho a dizer o seguinte sobre o mundo.
2. Você pode jogar Civ V apenas para destruir o inimigo, com sua própria nação à míngua, e ganhar os pontos. Nos termos da regra de determinada modalidade, está certo: vence quem destruir o outro.
3. Todavia, se você quer desenvolver seu império até que ele fique com metade do mapa, com milhões de habitantes, riqueza extrema, felicidade rodando na casa dos 80, cultura inimaginável e ciência rodando na casa dos 7.000 por rodada - faço isso fácil! -, só tem um jeito.
4. Você não pode deixar o inimigo crescer. Se você deixar ele crescer, por exemplo, construir tanques antes de você, tenha certeza de que, das duas uma - ele dizimará metade das suas cidades, até que você consiga contê-lo, ou destruirá você.
5. Pior, se você deixar ele pôr a mão em urânio, você pode ter o poder que quiser, ele lançará uma ogiva sobre sua capital e você perderá o jogo numa rodada, depois de umas 1.200 e horas de investimento.
6. Não tem negociação: impeça que seu adversário cresça. Se ele crescer, mais cedo ou mais tarde vai bater na sua porta com a Quinta Frota...
7. Eu percebo que a história do mundo é assim. Os impérios lutam para impedir que o outro se torne tão forte quanto ele - Poder é o nome do jogo. Se não podem, procura-se aliar-se aos fortes e, juntos, impedir que o restante cresça. A despeito dos conflitos entre eles, fortes, em relação a nós, fracos, estão unidos até os dentes - ou será armados até os dentes?
8. Nesse sentido, quanta ingenuidade a lenga-lenga pacifista dos países de segunda linha.
9. O Brasil não tem escolha. Se não se tornar forte como os fortes, servirá de "porco" - produzirá alimento e riqueza para as potências. Porque mais cedo ou mais tarde elas vão bater em nossa porta.
10. Em 1964, meia dúzia de soldados saiu de Juiz de Fora, para o "golpe", no Rio. Esperava-se uma carnificina, que as brigadas do Rio os enfrentassem e fossem dizimados pelo poderia militar infinitamente superior que os enfrentaria. Na costa do Estado do Rio de Janeiro, parte da Quinta Frota dos estados unidos esperava para entrar em ação. Ao primeiro tido de resistência do Rio, bum!, invasão - se necessário. O Rio não reagiu, deu-se o golpe, e o senhor embaixador deu o relatório para o senhor presidente - naturalmente que me refiro a eles, do norte. Estava dado o golpe.
11. Aconteceu uma vez.
12. Não duvido de uma segunda.
13. Já cansei de fazer isso em Civilization V. Domino o mar, domino os céus e domino a terra - nenhum país, nenhum!, fica de pé.
14. Sei fazer o que eles fazem.
15. Mas não se trata, agora, de Civ V. Se trata da vida real. E, nesse caso, senhores, só sei assistir...
16. Saberei, ao menos, ler?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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