domingo, 13 de maio de 2012

(2012/444) De mantras e mentiras


1. Na boca dos grandes homens, políticos e religiosos, há palavras vazias - ocas como ovos gorados há sete anos: apodreceu por dentro, secou, ficou vazio - um vazio de morte...

2. Locke, por exemplo - um dos "pais" da filosofia liberal, político, cientista, filósofo, um bom inglês - acionista, ao mesmo tempo, das empresas de caça e venda de escravos.

3. Quando Locke abria a boca para falar de liberdade, era da mesma forma quando Nietzsche abria a boca para falar de autonomia - liberdade para brancos, cristãos e ricos, autonomia para nobres e gentis homens, mas escravidão para tudo quanto esteja abaixo da linha higiênica...

4. É como o som da palavra liberdade e verdade na boca de religiosos - mormente monoteístas, principalmente cristãos: a palavra é oca, vazia, morta, não significa nada de real, é mero som, apito de fábrica, buzina de automóvel, para que se saia da frente, para que se entre na fila, para que se calem todos os sons...

5. O nome disso é cinismo e hipocrisia.

6. Funciona assim há séculos, e continuará assim por muito tempo.

7. E não se enganem com a tecnologia: só serviria para a liberdade, de fato, se os homens do poder não tivessem na boca a máquina de mentir que têm - de sorte que a tecnologia estará sempre à disposição para aumentar a amplitude da onda e, por isso, os efeitos da retórica.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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