1. Acho que há, grosso modo, dois tipos de pessoas. As cosmogônicas e as não-cosmogônicas.
2. Cosmogonia significa "criação do mundo". As pessoas cosmogônicas, então, são aquelas que criam seus próprios mundos. Tecem-no dentro da marcrocultura, com elementos dela, por que dela não há como fugir de todo, mas, para todos os efeitos, teceram seu próprio ecúmeno e é aí que vivem.
3. As outras pessoas, não-cosmogônicas, não - elas vivem no mundo de outros, que outros criaram, mundos assumidos passaiva/ativamente como seus. Passivamente, porque não o construíram. Ativamente, porque assumem as agendas desse mundo-não-seu-mas-seu como se houvesse sido criado por elas mesmas.
4. Não saberia dizer se a capacidade de criação de mundo dos cosmogônicos é uma faculdade especial que têm, ou se, nada disso, todas as pessoas dispõem de potencial cosmogônico e, se não atualizam tal potencial, é disso que se deve dar conta, em termos de explicação heurística.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2 comentários:
Cara, acho que você dicotomizou demais, e em compartimentos estanques.
Os cosmogônicos, na tecetura do seu ecúmeno, no exercício da sua capacidade criadora, não vai tomar elementos dos mundos dos outros?
E os não-cosmogônicos, assumindo o mundo de outros, não exerce também, ainda que não atualizado, seu potencial criacionista?
Tudo de forma que o mundo do cosmogônico tenha, aqui e ali, feições alheias, como o do não-cosmogônico, que não é seu propriamente, também aqui e ali mostre um jeitão do seu ocupante.
Ou não?
Luciano, quanto aos cosmogônicos, eu disse "Tecem-no dentro da marcrocultura, por que não há como fugir dela". Isso é exatamente o que você disse. Não disse nada a respeito dos outros, porque estou tratando de "mundo", e não elementos do mundo. Uns, criam o seu, usando elementos do mundo cultural em que estão, os outros, usam tudo do outro mundo. Sim, é verdade que, aqui e ali, transgridem pequenos elementos, mas o mundo mesmo em que vivem é o mundo que lhes criaram.
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