sexta-feira, 3 de julho de 2009

(2009/380) Sobre o tempo


1. Porque me viu - só ela - e a vi - só eu -, nos vimos, nos olhamos, nos percebemos... Porque ela nasceu, pariu-se (que ninguém há de tê-la parido, não a ela, indomável puro-sangue) da terra, e me olhou com os olhos dos primeiros instantes do Universo... Porque ela está a meu lado, aqui e agora, conquanto esteja, agora, com as amigas, a desfrutar de amizades leves de brisa fresca... Porque ela me tira lágrimas de olhar, e me põe nós na garganta nua de dizer Bel e respirar sua pele... Porque ela é ela, ela é Bel - por causa disso fiz-me irretornavelmete, inconversivelmente, anti-budista... Apego-me à vida com sofreguidão, conquanto minha alma cética e dolorosa namore o Tempo, "o mais lindo dos deuses"....

2. Porqe fiz-me anti-budista, imploro-te, Tempo, que faças minha a prece de Fernanda Takai: "só me derrube", "tempo amigo", "no final"... Mas bem no final, quando acabarem-se de contar as lágrimas do mundo.










OSVALO LUIZ RIBEIRO

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