quinta-feira, 19 de março de 2020

(2020/032) E agora, Paulo, o que fazes com tuas doutrinas de sangue e condenação?


No decurso dos dois mil anos de sua longa existência, a Igreja, todas elas, ergueram-se sobre a doutrina de sangue de Paulo. Para todos os efeitos, não é outra coisa que não a doutrina sacerdotal - miserável, certamente - de Jerusalém: a divindade deve executar todo homem e mulher, posto que são pecadores, devem morrer e efetivamente morrerão. Há, dizem os teólogos sempre pagos a soldo, uma lei a que a divindade (fico confuso nessa hora) está obrigada, sabe-se lá por que outra divindade, afinal, seria ela uma divindade, mas é uma lei segundo a qual não se pode simplesmente perdoar (certamente são economistas os teólogos!), de sorte que alguém tem que sangrar até morrer. Paulo construirá a doutrina da graça - vejam vocês, graça! - sobre esse sangue todo. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados, ele dirá... Supostamente é o próprio Cristo quem o revela essa doutrina fantástica da graça, que ele prega entre gozos, e não a carne e o sangue nem homem algum. E há quem creia, inclusive você que me lê agora...

Mas tem um problema. Na passagem da mulher supostamente pega em adultério, depois que os santos de pau oco (e todos os são!) saem de cabeça baixa, porque assim quis o redator, já que, fosse a vida real, a mulher estaria tão morta quanto a a ética cristã, Jesus pergunta à mulher onde estariam os seus acusadores. E, então, o sheol da doutrina de Paulo: Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.

O quê? Mas Paulo disse que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados! E eis outro jesus a simplesmente dizer que ele, o tal messias, não condenar.

Esse, meus amigos, esse sim é o Evangelho. O outro é visgo de passarinho, e só.





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Um comentário:

O Tempo Passa disse...

É... ou a Graça de de graça, ou é uma desgraça.

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