_ Jesus não morreu como bandido...
_ Claro que sim. Foi executado pelos romanos como subversivo. Aliás, ele e outros dois bandidos da mesma espécie...
_ Não. Roma não achou nenhum crime em Jesus. Vá ler os Evangelhos...
_ Sério?
_ Sim. Pilatos disse que não via nenhum crime em Jesus...
_ E por que o crucificaram?
_ Porque os judeus escolheram libertar Barrabás, e não Jesus...
_ Entendo... Pilatos, romano, julga que Jesus é inocente, mas, como ele está preso, decide perguntar aos judeus se eles preferem soltar Jesus ou Barrabás...?
_ Isso.
_ Então, a culpa de Jesus ter sido crucificado não é dos romanos, mas dos judeus?
_ Isso...
_ Você é mesmo muito crédulo... Não sei como não vende tudo o que tem e dá aos pobres...
_ Do que está falando?
_ De nada. Mudei de perspectiva... Mas eu acho que você está enganado. Os romanos crucificaram Jesus como um bandido. A tradição cristã, pouco a pouco, desconstruiu a identidade de Jesus, transformando-o, de um guerrilheiro terrorista, em um pacifista religioso. Mas a tradição fortíssima da morte sob cruz não se podia apagar, então, inventaram uma história. Sim, inventaram. Nunca aconteceu. Não há Barrabás. Pilatos nunca disse que Jesus era inocente. A narrativa foi inventada para tirar a culpa dos romanos, pô-las nos judeus, e os cristãos poderem aparecer como gente de bem aos olhos do Império... Traição, nada mais do que traição. E duas vez, porque, primeiro, fazem do Che Guevara um Gandhi, e, segundo, porque entregam-se de corpo e alma aos assassinos do mestre... Traidores.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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