domingo, 4 de janeiro de 2015

(2015/031) Que bons costumes, moço?, que bons costumes?

Depois de dois séculos de crítica bíblica e teológica, no final do século XVIII começaram pra valer os levantes de emancipação popular, levados a termo dentro do movimento maior de emancipação burguesa em face da aristocracia teocrática. No transcurso de 50 anos, a Europa deu-se conta de que o levante popular levaria à sublevação do status quo (o bom Kierkegaard fazia parte desse seleto grupo de europeus ciosos do lugar dos pobres, que não deviam sequer ler jornais). Depois de 1789 e, principalmente, de 1848, a Europa, programaticamente, fez um pacto de suspensão da crítica teológica e bíblica. O movimento de 250 anos será freado e o século XX, teologicamente conservador e reacionário - mesmo nos seus expoentes! - será desenhado ali, a partir de 1850.

Bem, as massas já estão em avançado processo de emancipação, os reacionários já aprenderam a mantê-las no cabresto, usando a religião - ainda - para isso, e tudo está no lugar em que os boiadeiros queriam e querem.

Dito isso, a única coisa que se pode dizer de minha crítica é que ela corrompe os bons costumes...

Hahahah. Só quem não conhece por dentro o mundo crente poderia dizer uma estultícia dessas: que bons costumes, meu amigo?, que bons costumes?








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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