terça-feira, 15 de julho de 2014

(2014/737) É ético um ecumenismo que reduz as representações do sagrado à sua própria racionalização do mito?


Estava avaliando um texto para uma revista acadêmica hoje, ossos do ofício, e o texto era sobre ecumenismo. O argumento de fundo, explicitado a certa altura, é que há diferentes representações de "Deus" nos diversos cristianismos e religiões...

Vou repetir: diversas representações de "Deus" nos diversos cristianismos e religiões...

Ímpetos de parar de ler.

Mas tem que fazer a avaliação.

Deixando de lado o trabalho, não se percebe que se está enfiado até o pescoço no mito monoteísta, platônico-reformado do Uno, presente simbolicamente no mundo? A ontologização do Uno e a boa vontade de o encontrar em todas as religiões é a mais sutil - sutil? - forma de acolhimento do eu mesmo no outro: eu reduzo o outro a um aspecto de mim mesmo para, assim, poder argumentar pelo seu acolhimento...

Não há verdadeira ética aí.

A racionalização filosófica do mito não faz dele outra coisa: continua sendo mito.

E eu considero equivocada uma forma de ecumenismo que reduzia a diversidade mitológica do mundo a atualizações caleidocóspicas do Mesmo.










OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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