quinta-feira, 3 de julho de 2014

(2014/705) Como assim "caminho para o conhecimento do transcendente"?


Juro que li isso: "epistemologicamente, o ensino religioso define a possibilidade do conhecimento do transcendente como um conhecimento especial que incide diretamente na vida das pessoas e das sociedades" (OLIVEIRA, E. T., Ensino Religioso - fundamentos epistemológicos).

Depois da Copa, começam as aulas modulares do Mestrado Profissional em Ciências das Religiões da Faculdade Unida, e me foi dada a incumbência, nesse semestre, de lecionar justamente a disciplina Epistemologia do Ensino Religioso. Pois bem: qual a chance de eu ensinar isso a meus alunos? Zero. Uma declaração dessa não tem qualquer base científico-humanista. É teologia confessional, teologia de crença, travestida de ensino religioso. Peca gravemente na base dos fundamentos epistemológicos. Um pecado.

Sob nenhuma circunstância, conhecimento algum, que mereça usar esse nome, "conhecimento", define a possibilidade de conhecimento do transcendente. Pode-se lidar com mitos, doutrinas, experiências de êxtase, crenças, o que for, mas tudo isso é imanente, completamente imanente, inexoravelmente imanente e nasce desde as tripas até o coração humano.

Transcendente...

Faz-me rir...

Se há algo como isso, nenhum homem e mulher, algum dia, lhe foi apresentado, porque tudo o que até hoje se tem chamado por esse nome é cria da imaginação humana, tão forte, tão firme, que reage psicossomaticamente às próprias criatividades maravilhosas que engendra...

Não vê o cinema...?

De sorte que gastaremos uma janela do encontro justamente para enterrar esse defunto...











OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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