segunda-feira, 23 de junho de 2014

(2014/666) "Abuso bíblico" é sempre o que o outro faz


Meus amigos, sejamos francos, e que ninguém fora dos muros do universo profissional da instrumentalização bíblica nos ouça.

Vamos lá: depois que Mateus tomou Oseias 11,1, cujo capítulo fala do "filho" - Israel -, que Deus foi pegar no Egito, largado, cuidou dele, deu comida e amor, isso é o que a narrativa diz, obviamente, na prática, as coisas são sempre outras, mas deu banho, passou talco, mas ele, o filho - Israel - se fez rebelde, de forma que, com raiva, Deus não vai mandá-lo de volta para o Egito, mas vai mandá-lo para os quintos dos infernos - a Assíria -, para que de lá nunca mais retorne, e, então, apropriando-se dessa passagem, faz com que ela, agora, se aplique a Jesus, montado ele, José e Maria no jumentinho, vindo do Egito, depois da carnificina dos infantes, meus amigos, depois que Mateus abriu essa porteira de tomar qualquer texto e fazer o que quiser com ele, um texto de condenação ao personagem "filho" converter-se num texto de "prova profética" (faz-me rir) das "profecias" sobre o messias, depois disso, meus amigos, com que moral alguém vai a público dizer que a sua não, mas aquela igreja ali do lado comete "abuso bíblico"...?

Faz isso não. Deixa pra falar essas tonterias no púlpito, que só os fieis escutam e, os que não aplaudem, pelo menos se calam. Mas vir a público...?! Faz isso não. Aqui tem ouvidos...

... e bocas.











OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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