Depois de eu ter adoçado a vida dos obreiros do bem, digamos assim, repetir um velho esclarecimento.
Minha retórica crítica tem dois níveis:
a) restritamente, contra a canalha religiosa, os patifes da fé, manipuladores, bandidos, que se aproveitam do povo simples (que se deixa aproveitar, mas essa é outra história), gente do mau, gente ruim, gente cínica que, em nome de Deus, há dois mil anos, desde o início da fé cristã, e mesmo antes, já no Judaísmo, cometem crimes terríveis de lesa-humanidade, gente que é a prova viva de que, se Deus existe, está se lixando... Contra esses, todo meu desprezo e a ira de minha caneta...
b) genericamente, sem todo esse rancor e essa ira, a crítica geral à epistemologia religiosa - mesmo dos obreiros do bem. Para mim, a dimensão da fé é uma dimensão infantil, imatura, baseada no medo, na falta de coragem e de lucidez. Penso que é possível que sejamos realmente bons, bons pais, bons cidadãos, bons maridos, vivendo presos a essa mitologia infantil - mas isso não faz dela o que ela não é: ela é uma capa de disfarce sobre a realidade, capa que nós usamos e desusamos da forma que nos parece melhor, mas da qual temos tanto medo que, apesar de nós mesmos a controlarmos, temos que mentir para nós que é ela que nos controla. Medo.
Assim, minha crítica cai sobre todos - mas a crítica epistemológica, apenas. E sobre alguns, a crítica ético-política.
Conheço muita gente que merece apenas minha crítica epistemológica. E, de meus conhecidos, os que merecem a crítica primeira sabem que sei que sabem que sei.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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