sábado, 20 de julho de 2013

(2013/760) De um Jesus rei-diferente - sobre um fetiche


Jesus queria ser rei, ainda que um rei diferente. Disse, dizem, que ele ia servir. Sei lá se ia - todos os reis dizem isso... Mas, de qualquer forma, ele disse, dizem, que ia servir, mas, a despeito disso, servir como rei...

Tanto que, naturalmente, pregava o reino de Deus, no qual, óbvio, ele seria o rei. Um rei diferente, mas, cá entre nós, não o cozinheiro...

Fiquemos com as duas questões: rei, mas rei diferente.

Hoje, o que ele quereria ser?

Que quisesse ser diferente, admito. Talvez mantivesse a retórica de que quisesse ser diferente - em lugar de, na prática, ser servido, quereria servir...

Mas, se fosse no Brasil, nos EUA, na América, em alguns países da Europa, da Ásia, da Oceania, ele quereria ser rei? Se fosse na Suécia, na Inglaterra, vá lá... Mas, no mundo como um todo, rei?

Não - acho que ele quereria ser ou Secretário-Geral da ONU ou Presidente ou Primeiro-Ministro, ou, alternativamente, Presidente do Congresso ou da Suprema Corte. Mas, rei - não funciona mais...

Reino de Deus, pois, é fetiche.

É mero invólucro retórico.

O que interessa é o resultado que um rei diferente obteria, servindo, ou um Secretário-Geral, um Presidente da República, do Congresso ou da Suprema Corte, fazendo a mesma coisa...

Passou da hora de abandonarmos essas retóricas fetichistas, que só fazem empoderar o jogo fetichista que se mantém entre nós.

Não quero Reino de Deus...

Quero o mundo dos homens e das mulheres.

Mais nada.





OSVALDO LUIZ RBIEIRO

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