Para controlar o acesso de alguém à rede social, pode-se estabelecer um princípio de controle comunitário. Steven Johnson fala sobre isso em "Emergências".
Digamos que uma pessoa entre na rede. Se um número xis de pessoas votam para sua interdição, a própria rede, automaticamente, bloqueia o cara.
Fiquei pensando nisso...
Puxa, assim a gente poderia...
E, então, meu cérebro me cutucou...
Osvaldo...
Osvaldo!
Osvaldô!!
E eu parei pra ouvir. Ele me disse assim: você já reparou em como você bate na postura conservadora e fundamentalista?
Já.
E já reparou como tem conservador e fundamentalista no Facebook?
Já.
E se eles clicarem no botãozinho?
Então, pensei que não deve ser por aí...
Deve haver outro jeito.
II.
Meu filho, Jordão, disse-me, ontem, que, na Internet, não se discute. Pai, ele disse, eu aprendi nos fóruns, que não há nada que você possa dizer numa discussão na Internet, que vai fazer com que a pessoa ouça o que está dizendo. Ela entra em transe, e esperneia, não tem jeito.
Pior: ela diz uma frase, você responde a essa frase, ela diz outra, e já esqueceu o que disse na primeira. Depois - e is
so aconteceu comigo ontem! - a pessoa disse que não disse o que você está dizendo que ela disse. Você mostra, copiando o trecho, ele te xinga...
Não tem jeito.
Estou pensando seriamente em não trocar mais meia palavra no Facebook com quem escreveu 1/2 coisa com que eu discorde.
Não vale a pena.
E o pior, quando mais crente, pior.
A última: o sujeito entra na discussão dando lição de moral: demonstração de "compaixão!, demonstração de compaixão!", uma espiritualidade afetada... Eu retruco, e, em um milésimo de segundo, as flores que trazia viram pedras - "um bando de pseudo-intelectuais"...
Tem salvação, não.
Acho que me reservarei a postagens, mas deixarei de mão os santos...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Seu filho tem toda razão, caro Osvaldo...
Lembrei de um rapaz que veio de um lugar na Africa que ouvi recentemente.Disse-nos ele que lá se aprende o idioma materno do seu grupo étnico:língua que se aprende com a mãe; o dialeto do lugar, que possibilita o diálogo de vários grupos étnicos - que são tantos que é impossível conhecer a língua de todos; e a língua oficial do colonizador (português no caso); e nas viagens sempre se aprende alguma língua oficial outra como francês e inglês. Ele nos falou que para se casar com uma mulher de outro grupo étnico, o cara tem que primeiro aprender a língua da família. Ou seja, todos lá quase que naturalmente aprendem vários idiomas. Fico a pensar: se cada idioma é uma forma peculiar de pensar, eles tem uma multiplicidade de formas de pensar, que permite certamente uma potência de varias as perspectivas. Como seria uma ortodoxia africana? pensei. Naturalmente são "multi-doxos", têm uma potência enorme para pensar de diversas maneiras e em varias perspectivas. Penso que esse tipo de potência está em extinção pelo avanço das comunicações e das filosofias e tecnologias da comunicação. Que quero dizer: seria a plataforma invisível das redes sociais a "razão comunicativa" que tende a unificação das línguas, certa ortodoxia, uniformização das perspectivas? Fico a pensar se essa incapacidade de conversa, de gozo nas muitas perspectivas, não é a essência e não um acidente. A internet como Torre de Babel e não como o pentecoste de Atos.
Abraços.
Abraços!
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