I.
Eu acho que, se no Brasil, as armas fossem liberadas como são nos Estados Unidos, ia ter matança aqui igualzinho tem lá - ou pior.
Se o sujeito tem parafuso a menos, é um desajustado social, seja a religião, sejam os vídeo-games, qualquer coisa será razão para a matança, mas nada explica melhor a coisa do que você poder ter, como cidadão, armas, quantas desejar, balas, quantas desejar, a hora que desejar...
Acorda com o ovo virado, pá!, pá!, pá!
Nesse aspecto, a sociedade é a principal culpada pela tragédia de Connecticut.
II.
No Brasil, mata-se mais mulher - marido, amante, namorado, familiar - do que os Estados Unidos matam crianças a tiro.
Aquilo lá é uma demência...
Aqui, vivemos em estado de naturalidade...
Nem nos comovemos mais...
III.
Ai, Ai...
Cansa...
Mas eu resisto...
Os Estados Unidos é:
a) um país cujo Deus é genocida em sua História narrada - matou desde que criou: não gostava, matava. Mata ele, pá!, mata ela, pá! E, quando não tinha nada novo para matar, matou o Filho, para ver a sensação...
b) um país cujo livro sagrado sangra - não é que tenha apenas morte, tem morte triplamente qualificada; morte para roubo - latrocínio! Tem grilagem de terra e morte. Tem morte por tudo quanto é razão e circunstância...
c) um país que nasceu dando tiro na cabeça de índio - era metodista e presbiteriano atrás de cada Winchester, e mais batista, mais católico, mas reformado, mais puritano, e vamos que vamos, aleluia, Jesus...
E, aí, me vem Frei Beto dizer que é por causa dos vídeo-games...
Ah, tá...
Cuidado, meus alunos: eu e meus filhos jogamos vídeo-games. Para eu ser a primeira monja lvl 99 do Brasil, em Ragnarok, matei 60.000 focas... Sou um monstro. Vou matar alunos a canetada!
IV.
Céu.
Três e quinze de um dia que seria terça.
Bang! Bang!
Sete crianças mortas...
Não há cura para nós.
Salvo se, lá entrando, deixarmos de ser humanos.
Mas, então, as mortes de hoje não terão valido nada...
IV.
Céu.
Três e quinze de um dia que seria terça.
Bang! Bang!
Sete crianças mortas...
Não há cura para nós.
Salvo se, lá entrando, deixarmos de ser humanos.
Mas, então, as mortes de hoje não terão valido nada...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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