1. Não é que o mais importante é estar errado ou sentir-se errado - a sanidade do preocupar-se com o fato de se estar errado deve-se a) à enormidade da necessidade de se estar certo e b) ao risco enorme de se equivocar em todas as questões fundamentais. A vida depende de se estar certo - errar é fatal. Daí a necessidade de verificar se estamos certos...
2. Todavia, checar gera desconforto, porque podemos nos flagrar em equívoco. Schulz pergunta à platéia qual o sentimento de se estar errado: humilhante, "pra baixo", respondem. E ela retruca: vocês me respoderam foi outra pergunta, e é esta: qual a sensação de descobrir que se está errado? Mas eu perguntei qual a sensação de estar errado - e a sensação de estar errado não é a mesma de descobrir: se você está errado, mas não descobriu que está errado, então sua sensação, paradoxalmente é a mesma de quando se julga certo...
3. Daí a necessidade de uma cultura do questionamento pessoal - da auto-avaliação, da autocrítica. É preciso focarmos no erro. É preciso admitirmos que estamos sempre sob o risco do equívoco e, eventualmente, dentro dele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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