quinta-feira, 10 de março de 2011

(2011/159) O jogo de citar fulano


1. O que me apaixona na exegese é eu poder eu mesmo ir lá, traduzir o texto, e verificar se o que se diz aqui e ali sobre esse texto faz algum sentido - em se tratando do Antigo Testamento, minha praia, e em se tratando de teologia "cristã", quase nunca "bate" - da Sistemática à Homilética, é sofrível.

2. Aí eu penso: caramba!, se quem diz se basear em Isaías, por exemplo, baseia-se é numa interpretação xis ou ypsilon de Isaías, mas em Isaías, mesmo, nunca, qual a chance de quem cita fulano ou beltrano, por exemplo, para fundamentar um argumento estar citando mesmo fulano ou beltrano? Vai ver o que ele está citando não passa de uma apropriação - sua ou terceirizada - de fulano ou beltrano.

3. É cada vez mais difícil conversar com alguém que se põe a citar terceiros. Você teria que perguntar que texto está sendo citado, abrir o texto e checar. A chance de estar errado é enorme - e, no entanto, a citação porta-se como quem põe fim à discussão.




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

2 comentários:

Anônimo disse...

Prof. Osvaldo.

E quem garante que SUA interpretação de Isaías é a correta?

Suas pressuposições racionalistas?

Não acha que é muita arrogância sua chegar diante de um texto separado por um horizonte temporal gigantesco e dizer que sabe exatamente o que o autor queria dizer?

Peroratio disse...

Acho sim, uma arrogância absurda.

Saudações,

Osvaldo.

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