sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

(2011/082) "Pathos" - paixão - e patologia religiosa


1. Talvez um dia consigamos fazer das religiões algo menos patológico, conquanto ainda sintamos paixão religiosa. É impressionante como, não importa a que altura do século XXI estejamos, a religião mantém-se como força capaz de levar à insanidade milhões de seres humanos.

2. Algum dia teremos concluído que o conteúdo das religiões não se traduz pelo apelo à "verdade" - e, sim, ao "afetivo"? Será que um dia a verdade será, para nós, algo de apenas relacionado ao Universo físico, ao princípio de identidade sujeito-objeto (não obstante as filosofias pós-modernas), e não aplicável, de modo são e salutar, aos conteúdos criativos e imaginativos das religiões? Não há verdade nas religiões, porque a verdade não é uma categoria aplicável à religião - concluiríamos...

3. Ou não - não se trata de uma questão de época, de quem, de quando nem onde - trata-se, então, para desgraça de todos, de uma questão da essência da religião e da consciência humana, as quais, quando unidas, tendem a gerar a loucura proposta por Freud, acompanhada da incapacidade de percepção de que se entra num vórtice patológico de imaginações alucinadas e perigosas - sempre, sempre, para maior desgraça de todos, em nome de Deus?

4. Será que, mesmo enquanto promotora de relativa felicidade, a religião é, afinal, um "vírus"? Uma espécie de flora, com que nos acostumamos a viver por milhares de anos?


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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