
No facebook, em privado, um aluno me manda a seguinte mensagem:
"Professor, nunca entendi sua frase:"Se é cristã, não é educação. Se é educação, não é cristã". O que ela significa? Que eu nunca captei..."...
A frase é minha, de fato. Tenho-a usado aqui e ali: educação, se é cristã, não é educação, se é educação, não é cristã. O que quero dizer com isso?
O que a tradição religiosa chama de educação é adestramento, inculcação, catequese. Aquela velha história, negada pelos fatos da vida, de qualquer forma, de que, se se ensina o menino o caminho em que ele deve andar, ele nuncda se desviará... Ora, se isso fosse verdade, das duas uma, ou Deus nunca ensinou nada a Adão e Eva ou ensinou a eles a fazerem o que fizeram...
Essa educação religiosa inteira, não conheço exceções, é bancária. Não se ensina para a autonomia, para a reflexão crítica, para a independência. Encabresta-se, amarra-se ao banco da igreja, prende-se em gaiolas doutrinárias, por força do medo e da ameaça, tudo muito disfarçado de amor.
A educação, se o é, é-o para a liberdade, para a auto-gestão, para a autonomia, para a independência - inclusive do próprio pedagogo, mero instrumento...
Isso é tudo o que a religião - e forçosamente a monoteísta - não é.
Logo, "educação religiosa" é uma contradição e uma falsidade, porque, se é educação, não é religiosa e, se é religiosa, não é educação.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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