À pequena janela do avião, gosto de olhar lá de cima, e observar o caminho dos rios, naturalmente serpenteando entre as colinas, os morros, as montanhas. Às vezes, de tão alto, e, sendo o rio não muito largo, você o discerne apenas pelo acentuado verde escuro no encontro das colinas - e aquela serpente verde e sinuosa arrasta-se com naturalidade...
Há vidas que são assim: seu caminho é natural: ele vai contornando os obstáculos e estendendo seu curso pelo ritmo da geografia...
Outras, não: se necessário, arrancam as colinas da frente, saltam sobre os morros, cavam túneis à força, traçam uma linha reta...
Que tipo de rio somos?
Que tipo de rio devemos ser?
E em que circunstâncias devemos ser esse tipo de rio que somos?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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