Pastores e pastoras, presbíteros e presbíteras, gente de igreja que lida com gente de igreja, que se considera guia e porta-voz.
Duas lembranças que nos deixariam, a todos, mais seguros.
Sua própria tradição guardou a memória de que, "naquele dia", muitos chegarão diante "Dele", trata-lo-ão como "Senhor! Senhor!", mas ele não os reconhecerá nem aceitará... De modo que passar a vida a falar "Senhor! Senhor!" não estabelece qualquer significado necessário...
A segunda lembrança é que pastores e presbíteros, cardeais, bispos, papas e todos os títulos, no exercício de sua fé, desde sua batista e terno, com hóstia na mão e vinho no cálice, rezavam e oravam a Deus, enquanto negros eram oprimidos pelos crentes e católicos. A religião pode arrancar os olhos da cara e tratar o mal como bem.
Logo, seria prudente, sempre, que, em lugar da posição de sabedores do bem e do mal, perguntassem-se se há alguma possibilidade, por remota que seja, de não termos, ainda, troncos espalhados pelas casas de todos nós.
Para encerrar - se, lá e então, reunissem-se todos os pastores e bispos, ovelhas e madames, chegariam à conclusão de que estava tudo bem, já que grito de preto não conta.
Hoje, não respondam à pergunta se ainda há troncos que a igreja finque consultando-se uns aos outros - perguntem àqueles que carregam na carne o tronco todo dia.
Ouçam, pastores, os pretos de hoje, posto que não ouviram os pretos de ontem.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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