1. A exposição da fé em canções populares, sem qualquer laivo de inculcação, de evangelização, de encabrestamento... Você ouve Clara e não a sente nem pressente se esgueirando, como um demônio, a entrar na sua alma e cabeça, a arrancar de você o que você tem e quer - ela apenas canta, canta o que ela mesma é, o que tem, do que ama, como quem é e está feliz...
2. Os evangélicos podiam aprender isso. Cantar o que amam, mas perder, arrancar do coração, a mania, o desejo, a patologia de enfiar-se, como verme, na carne alheia...
3. Ouço Clara. Não ouço sequer um gospel. Meu corpo se recusa o aviltamento de reduzir-se à massa de farelo na mão de catequizadores No dia em que apenas cantarem sua alegria - se é que a tem, então, quem sabe?, os ouço... Minha alma não é o chão da América...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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