quarta-feira, 27 de março de 2013

(2013/347) Pensar a Páscoa em quatro imagens - teologia crítica para dias felicianos...

1. Se você não entender isso, não entenderá o Cristianismo.

(clique e amplie as imagens)




2. Não é o Amor o eixo em torno do qual gira o Cristianismo.

3. O eixo é a Culpa, a Culpa pelo Pecado, a Culpa pelo Pecado que tem de ser castigado - de qualquer modo. Sem perdão. Ou a Culpa pelo Pecado custa a vida do pecador - ou custa a vida de um animal sacrificado: um bezerro, um cordeiro, uma rolinha... Hoje, uma galinha...

4. Não há perdão no Judaísmo, logo, não o há tampouco no Cristianismo. Lá, ainda hoje, matam-se galinhas - milhares, em Nova York, no Yom Kipur, para levarem, em sua morte, o pecado do judeu pecador. Caminhões carregados de galinhas... Aqui, no Cristianismo, o Cordeiro, um só, para sempre...

5. É preciso, pois, trazer à tona, sempre, a Culpa do Pecado: para isso trabalham os funcionários de Deus. Porque, quanto maior a Culpa que eles denunciarem, tanto mais sangue o Cordeiro terá derramado e tanto mais valor terá tido essa morte...

6. Um ciclo ininterrupto de Culpa, Pecado, Morte, celebrado ano após ano, ano após ano. O sangue celebrado corrobora o acirramento das denúncias da Culpa do Pecado e, paradoxalmente, impedem inexoravelmente que o cristão simplesmente perdoe, releve, seja bom...

7. Quanto mais o olho do cristão é mau, tanto mais o Cordeiro é bom - tanto mais pecado o cristão vê, mais o Cordeiro morre e sangra - e para isso veio o Cordeiro: morrer, sangrar, satisfazer a exigência ritual do sangue derramado.

8. Não, ele não pode. Ser bom, perdoar, relevar é blasfemo: se o Cordeiro morreu pela Culpa do Pecado, o trabalho dos operários do Cordeiro é iluminar toda Culpa, acender sobre ela toda luz, pôr na sua direção todos os holofotes, encaminhar-lhe todos os dedos, lançar-lhe todas as pedras...

9. O Nazareno que diz não condenar a mulher adúltera é um impostor!

10. O verdadeiro está em Paulo, em Hebreus: Culpa, Pecado, Morte.

11. Um dia, nos livraremos disso?

12. Um dia, enfrentaremos definitivamente esse mito?

13. Não, certamente, nessa Páscoa...




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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