1. Escrevi o post anterior e, imediatamente, me chovem questões em off. Uma delas é: como, na prática, colocar a comunidade acima da Bíblia?
2. Bem, interpreto a questão em termos pedagógicos. Para mim, a Pedagogia só pode ser conceitualmente libertadora. Logo, chego a pôr em suspeição o uso da palavra "Educação" tem contexto religioso...
3. Nesse caso, como "educar" para a "libertação" usando uma ferramenta que é basicamente heteronomizante, contra-autônoma?
4. Eu sugeriria a seguinte rotina: pôr a Bíblia contra a própria Bíblia e deixar claro que, na prática, o "juiz" é o leitor - no caso, a comunidade.
5. Por exemplo, um texto A manda fazer a coisa W e o texto B manda fazer a coisa Y que é o contrário do que a coisa W que a fonte A mandara fazer. Pois bem - a comunidade tem que perceber que, na prática, ela, a comunidade, converte-se em "juiz" da questão - ela, a comunidade, deve perceber que ela se põe acima da questão, ela se considera suficiente para julgar entre A e entre B - e, na prática, julga, decide.
6. Um texto manda apedrejar a mulher adúltera. Outro, diz-se que você até pode fazer, se, todavia, não tiver pecado. Quem decide qual dos dois textos deve ser "seguido". A comunidade! E ela deve ter consciência disso. Não é "Jesus", é ela...
7. Assim, a prática de pôr textos contrários, contradizentes, diante da comunidade, fazê-la reconhecer esse caráter e levá-la a perceber que ela mesma, na prática, já julgou a questão entre as duas passagens conflitantes me parece um bom método de levar a comunidade a reconhecer-se como o que é: maior do que os textos...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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