domingo, 12 de fevereiro de 2012

(2012/173) Carnaval e cemitério - ironias da vida



1.  Bel tem frequentado quase que todos os dias da semana (seis ou cinco dias de sete), há quase um ano, a "praça dos cachorros" de Mata da Praia, em Vitória. Famílias levam lá seus cães, de todas as raças e tamanhos.

2. Uma de suas amigas da praça faleceu ontem, depois de um acidente violento de carro, em Minas. Não resistiu aos graves ferimentos.

3. Nesse momento, Bel está no cemitério, para o sepultamento de sua amiga.

4. Três andares abaixo de minha janela, um bloco carnavalesco chama, com carro de som e muita gente, para a folia. Todos animados, gente de bairro, gente desejando se divertir com serenidade e alegria, risos à solta, gente pulando, senhoras, crianças...

5. Meu coração chora e sorri. A vida não respeita a dor de ninguém.

6. Não pode seguir o bloco.

7. Mas o bloco da vida é assim - por trás de todo riso, dor e lágrima.

8. Mas também é verdade que por trás de dor e lágrima espera o sorriso do amanhã.

9. Porque tudo passa.

10. Tudo.

11. Inclusive, nós.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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