1. Encontrei essa poesia concreta:
2. Bonitinha... Lembra-me minha infância. Na casa de minha tia, eu morava. Ao lado, separada de minha avidez por uma cerca de farpados, um pé de amoras. Ia ao canto do quintal, próximo ao muro. Meu primo e eu disputávamos quem pegava a mais graúda e tenra. Não comam quente do sol, meninos!, sempre, inutilmente, alguém gritava... Um dia, a disputa foi mais severa, caí, fiquei enganchado pela farpa da cerca, levei pontos na coxa, e, ao médico, o que me interessava perguntar era se poderia comer os doces de Cosme e Damião, que o calendário já avisava...
3. Amoras são doces e macias. Você come até enjoar. Até na forma de iguarias processadas - deliciosas, claro!
4. Nunca mais vi pés de amoras. Mas, a despeito disso, na minha carne a vida continuou a fazer seus cortes...
2. Bonitinha... Lembra-me minha infância. Na casa de minha tia, eu morava. Ao lado, separada de minha avidez por uma cerca de farpados, um pé de amoras. Ia ao canto do quintal, próximo ao muro. Meu primo e eu disputávamos quem pegava a mais graúda e tenra. Não comam quente do sol, meninos!, sempre, inutilmente, alguém gritava... Um dia, a disputa foi mais severa, caí, fiquei enganchado pela farpa da cerca, levei pontos na coxa, e, ao médico, o que me interessava perguntar era se poderia comer os doces de Cosme e Damião, que o calendário já avisava...
3. Amoras são doces e macias. Você come até enjoar. Até na forma de iguarias processadas - deliciosas, claro!
4. Nunca mais vi pés de amoras. Mas, a despeito disso, na minha carne a vida continuou a fazer seus cortes...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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