1. O teólogo católico da libertação, José Comblin, deu entrevista ao blog Religión Digital (José Comblin: “La Iglesia abandonó a las clases populares” ), na qual declara que a eleição tanto de Wojtyla (João Paulo II) quanto de Ratzinger (Bento XVI) deve-se a chantagens da Opus Dei, e, de quebra, que Deus está "en La Victoria y en La Legua (dos barriadas populares de Santiago) y en la cárcel, pero de Roma ha desaparecido hace mucho tiempo". Mas os "evangélicos e protestantes" não nos iludamos - "Deus" desapareceu mesmo é de todo centro de poder, seja católico, seja luterano, seja batista. Ou, para o dizer menos teológica e mais sócio-antropologicamente: os deuses que lá estão são outros...
2. Digo mais: talvez a maior ironia da história tenha sido o fato de que Jesus foi transformado num ícone da religião de sacerdotes - justo ele, que, a julgar pela tradição, detestava a prática sacerdotal. Um pregador da "baixa religião", isto é, do Deus-entre-nós, vejam vocês, convertido em símbolo do Poder, seja católico, seja evangélico-protestante. Se Jesus não ressuscitou, rola no túmulo. Se ressuscitou, desespera-se, onde quer que esteja.
3. Quando a religião transforma-se em "administração", dá nisso: Deus converte-se em retórica, os seres humanos, em peças de manobra, igualzinho como no caso das teses de "igrejas como empresas", e programas de qualidade aplicados a igrejas: onde quer que a Igreja vire instituição, morrem as pessoas, foge Deus - lá fica um embuste retórico, e grassa o "poder(zinho)". Os homens - e menos as mulheres, mas apenas por questões históricas (ao menos têm, a seu favor, a dúvida...) - fazem da religião, das Igrejas, católicas e protestante-evangélicas, instrumentos seus, de domínio, de controle, de poder - malditos sejam...
4. De modo que Comblin fala de Roma, porque é de Roma. De Roma não sou, mas aplico a meu mundo a mesma fala. Se algum dia lá esteve, Deus sumiu faz tempo. Pode não ter morrido, como o queria Nietzsche, mas tão pouco é ele mesmo quem está no trono...
2. Digo mais: talvez a maior ironia da história tenha sido o fato de que Jesus foi transformado num ícone da religião de sacerdotes - justo ele, que, a julgar pela tradição, detestava a prática sacerdotal. Um pregador da "baixa religião", isto é, do Deus-entre-nós, vejam vocês, convertido em símbolo do Poder, seja católico, seja evangélico-protestante. Se Jesus não ressuscitou, rola no túmulo. Se ressuscitou, desespera-se, onde quer que esteja.
3. Quando a religião transforma-se em "administração", dá nisso: Deus converte-se em retórica, os seres humanos, em peças de manobra, igualzinho como no caso das teses de "igrejas como empresas", e programas de qualidade aplicados a igrejas: onde quer que a Igreja vire instituição, morrem as pessoas, foge Deus - lá fica um embuste retórico, e grassa o "poder(zinho)". Os homens - e menos as mulheres, mas apenas por questões históricas (ao menos têm, a seu favor, a dúvida...) - fazem da religião, das Igrejas, católicas e protestante-evangélicas, instrumentos seus, de domínio, de controle, de poder - malditos sejam...
4. De modo que Comblin fala de Roma, porque é de Roma. De Roma não sou, mas aplico a meu mundo a mesma fala. Se algum dia lá esteve, Deus sumiu faz tempo. Pode não ter morrido, como o queria Nietzsche, mas tão pouco é ele mesmo quem está no trono...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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