Hegel dizia que o sentimento de caridade deveria ser substituído radicalmente pelas estruturas do Estado. O pessoal da teologia e da resistência burguesa quicou: o sentimento de religiosidade é pessoal - ninguém pode me privar do direito de conceder a esmola ao pobre (para isso feito!), bradavam os intelectuais espiritualíssimos...
Concordo com Hegel. O Bolsa-família, por exemplo - Hegel teria orgasmos com isso. Não estaria despejando pela boca as tolices que os reacionários despejam. Diria algo assim: Das ist es!
O sentimento religioso da caridade é pré-institucional e algo narcisista. O necessitado é mais objeto para o exercício da minha experiência de caridade do que outra coisa - uma moeda, e Deus sorri...
A institucionalização da ajuda aos pobres é outra coisa: é a sua introdução positiva na sociedade, é a sociedade assumindo-os como necessitados não de moedas, mas de promoção social.
Assim como a política é, de longe, a saída para o mundo - e não a religião, da mesma forma a institucionalização da ajuda aos pobres e a sua emancipação social é a superação do espírito religioso de caridade.
São, ambas, evoluções sociais.
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OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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