domingo, 4 de janeiro de 2015

(2015/012) Aprisionar primeiro, libertar quando?


Quanto à religião, admitamos: todo homem nasce livre, toda mulher, todos nascem livres. Pai, mãe, tios, avós, vizinhos, amigos - eis quem nos prende, a pouco e pouco, entre os dois anos de idade e a cova. Só se fala em libertar as pessoas das amarras religiosas porque não se fala do movimento primeiro: o aprisionamento que cada um de nós sofre. Se há (e há?) necessidade de libertação "da" religião, não é porque nascemos presos: é porque fomos aprisionados. Alguns de nós, quando eram ainda pequenos e indefesos, vulneráveis e desprotegidos. Outros, por acreditarmos que quem nos prometia o Jardim tinha mesmo as chaves do portão.










OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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